Fase inicial distribuirá 2.000 composteiras em toda a cidade. Processo permite reaproveitar resíduos orgânicos na forma de adubo.
Um projeto inédito de compostagem doméstica, que irá distribuir 2.000 composteiras para reutilização de resíduos orgânicos, foi lançado em junho na cidade de SP, com o objetivo de reduzir a quantidade de resíduos enviados aos aterros.O processo transforma restos de alimentos em adubo e reduz a quantidade de resíduos enviados aos aterros da cidade.
O projeto integra a agenda ambiental da cidade de São Paulo, que inclui a criação de centrais mecanizadas de triagem de resíduos sólidos, a implantação de 400 quilômetros de ciclovias e a adoção das lâmpadas de LED para a iluminação pública. “Depois da entrega da central mecanizada de triagem, que vai cuidar dos resíduos secos, nós estamos iniciando um projeto em São Paulo para cuidar dos resíduos orgânicos, que pode ser aproveitado na forma de adubo orgânico, para hortas comunitárias, nos parques e nas praças. A nossa meta é diminuir em 20 anos 80% do resíduo que vai para aterro hoje e que ocupa espaço precioso na cidade, que deveria estar sendo usado para parques ou CEUs”, afirmou Haddad.
Em 5 de junho, a Prefeitura inaugurou no bairro de Ponte Pequena a primeira central mecanizada de triagem da América Latina, que tem capacidade de processar 250 toneladas de resíduos sólidos por dia.
Nesta fase inicial, as composteiras serão distribuídas em caráter experimental para avaliar os hábitos da população e formatar o melhor modelo para ampliação da escala do projeto. O financiamento das iniciativas é realizado pelas empresas Loga e Ecourbis, concessionárias da coleta de lixo, sem gasto direto de recursos pela prefeitura. O contrato com as empresas de coleta prevê que 0,5% dos valores pagos sejam investidos em educação ambiental.
Inscrição
As pessoas interessadas em participar do projeto devem se inscrever no site do Composta São Paulo. Segundo a Organização Morada da Floresta, responsável pelo projeto, os participantes serão selecionados de forma a atingir perfis diversificados de renda e de hábitos, para que a pesquisa seja abrangente das diferentes necessidades da população.
A primeira participante é Lurdes Luna, 79 anos, que nesta manhã recebeu das mãos do prefeito Haddad uma composteira doméstica do projeto. A dona Lurdes, como é conhecida na região do CEU Casablanca, estava entusiasmada com a novidade. “Vou encher de plantas esta casa. Já tenho uma hortinha com coentro, cebolinha, salsinha, couve e rúcula. Mas agora com o adubo vou poder plantar alface e mais outras verduras”, planeja Lurdes.
Para participar, é necessário ter um espaço de cerca de 60 cm X 40 cm X 90 cm e ter produção diária de resíduos orgânicos. “Não exige muito tempo, são cerca de 20 a 30 minutos por semana. Só tem o trabalho de colocar na composteira e de fazer a troca das caixas uma vez por mês. O mais importante é a vontade de mudar os próprios hábitos e transformar a cidade”, explicou Cláudio Spíndola, da entidade Morada da Floresta. A organização não-governamental estima que nos primeiros cinco meses será possível compostar 300 toneladas de resíduos.
Os integrantes do projeto receberão uma composteira doméstica e deverão participar de três oficinas e de pesquisas sobre o andamento da adoção da compostagem. Nas oficinas aprenderão detalhes do manejo e do funcionamento do processo. Ao longo de seis meses, pesquisas levantarão os problemas e soluções encontradas na mudança de hábitos.
O equipamento é composto por duas caixas digestoras e uma caixa que armazena o líquido resultante do processo. As caixas recebem os resíduos orgânicos, como cascas de ovos, borra de café e cascas de frutas e legumes, e matéria vegetal seca, como serragem e folhas secas. Minhocas aceleram o processo de compostagem, que resulta em húmus e biofertilizante líquido, que é coletado por uma torneira na parte inferior das caixas.
*com informações da prefeitura de SP / Fotos: Fábio Arantes/SECOM