Por Bianca Villanova, publicado originalmente no site ANotícia
Para quem não tem problemas de locomoção, eles passam como detalhes. Cadeirantes, idosos, mães com carrinhos de bebês ou qualquer pedestre em um momento de pouca atenção, porém, sentem a diferença sob os pés. Muitos pontos de calçadas de Jaraguá do Sul apresentam obstáculos: são buracos, cimento levantado, grandes rachaduras. O caminho acaba obstruído e a passagem, dificultada.
“Passo todos os dias aqui e já tropecei. Tem trechos que é melhor desviar, vou pela rua mesmo”, conta Marlise Pereira, 41, ao passar na calçada em frente ao Cemitério Municipal.
No local são as árvores, bem vindas por sua sombra, as responsáveis pelos pontos elevados das calçadas: as raízes de algumas espécies elevam-se e danificam o concreto permanentemente. A situação ocorre em diversas calçadas da cidade, em uma realidade bem conhecida da Prefeitura. Para solucionar o problema, um estudo será feito, entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Físico-Territorial de Jaraguá do Sul (Ipplan), o setor de arborização e a Secretaria de Urbanismo.
– Simplesmente tirar as árvores e colocar outras que também dão problemas não adianta. E apenas tirar as árvores não é solução. Vamos plantar primeiro e quando as mudas estiveram enraizadas vamos tirar as antigas _ afirma o diretor de urbanismo Carlos Engel. Apenas depois as calçadas serão refeitas.
A expectativa é finalizar o plano até a metade do ano e começar sua implantação no segundo semestre.
Calçadas particulares
Como na maioria das cidades do país, a legislação jaraguaense determina que o proprietário lindeiro é o responsável pela calçada. No ano passado, porém, um projeto de lei foi escrito, passando a responsabilidade das calçadas à administração pública. Para o Carlos Engel, essa é uma questão de democracia.
“Na legislação está escrito que a via pública não é de meio-fio a meio-fio, é de muro a muro. E a calçada já é chamada passeio público”, ressalta ele.
Por enquanto, o município consegue forçar a correta construção das calçadas quando moradores e empresários buscam os documentos de liberação de obras, como o Habite-se e o Regin.