O ITDP Brasil e o Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), com a colaboração da Publica Arquitetos, apresentam o Índice de Caminhabilidade, uma ferramenta que permite avaliar a rua sob a ótica do pedestre.
A publicação conta com seis categorias, cada uma incorporando uma dimensão da experiência do caminhar e agrupam 21 indicadores diferentes. O conceito de caminhabilidade (walkability em inglês) foca nas características do ambiente urbano que favorecem os deslocamentos a pé, e pode compreender desde as condições e dimensões das calçadas e cruzamentos, à atratividade e densidade da vizinhança, à percepção de segurança pública e até condições de segurança viária.
“O Índice de Caminhabilidade propõe uma visão integrada desses fatores, ajudando a identificar pontos positivos e negativos de uma área determinada e colaborando para a priorização de ações que estimulem a utilização da rua por pedestres”, explica Washington Fajardo, presidente do IRPH e assessor especial do Prefeito para assuntos urbanos.
De acordo com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), 36% da população se desloca a pé até os seus destinos nas cidades brasileiras, enquanto 31% utiliza o transporte individual motorizado e 29%, o transporte público. “Consequentemente, uma parcela muito significativa dos usuários de transporte público acessam pontos e estações de transporte público a pé”, ressalta Danielle Hoppe.
Os indicadores foram construídos a partir de uma reflexão sobre características concretas do espaço urbano de uma cidade específica: nesse caso, a cidade do Rio de Janeiro. “Assim, ao mesmo tempo que a metodologia estava sendo concebida e testada no Rio, buscamos avaliar seu potencial de aplicação em outras cidades”, esclarece Danielle Hoppe, ressaltando que sua aplicação em outros contextos exige uma avaliação da adequação dos indicadores e da graduação dos parâmetros utilizados.
“Dentre as intervenções prioritárias estão as de segurança viária, categoria que obteve a menor pontuação. Travessias são zonas de conflito entre vários usuários. É essencial que sejam desenhadas de forma que os mais vulneráveis, os pedestres, estejam protegidos”, destaca Danielle Hoppe.