O Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) conta com mais de 2,5 mil estudantes de seus cursos técnicos inscritos na primeira edição do Desafio SENAI de Projetos Inovadores, iniciativa que busca soluções criadas em sala de aula para problemas urbanos, como manejo de resíduos industriais, utilização de energia renovável, otimização do uso da água nos processos de fabricação e melhoria da mobilidade.
Esses grandes temas surgiram a partir de projetos elaborados, no ano passado, em todos os estados brasileiros, segundo conta professor do SENAI de Salvador, Wendell Machado. Responsável pela orientação de 15 trabalhos na área de mobilidade urbana, ele ressalta que essa preferência dos alunos nasceu depois dos professores incentivarem uma reflexão sobre o que mais incomodava os estudantes. “Nós pedimos que eles pensassem sobre a realidade que viviam, sobre o que mais os incomodava e assim surgiram muitos projetos sobre mobilidade”.
O Desafio conta com uma plataforma exclusiva na internet, permitindo que integrantes de grupos diferentes compartilhem ideias. Quem não for competir também pode participar, mediante cadastro no site. Segundo Wendell, com esse recurso o aluno pode receber sugestões de desenvolvimento logo que postar na internet o conceito de seu projeto. “A ideia inicial é que o aluno poste primeiro o tema do projeto e, depois, ao longo dos três meses de desenvolvimento, receba contribuições que o ajudarão a elaborar o projeto final”.
Os estudantes interessados em participar devem se dividir em grupos de três ou quatro integrantes, de pelo menos dois cursos diferentes, para elaborar alternativas aos problemas das áreas citadas. O prazo para conclusão é 30 de junho e esse deverá ser defendido em forma de um vídeo, chamado Pitch. Também nessa data, o grupo deverá apresentar um protótipo da solução.
A seleção estadual dos projetos ocorrerá no mês de julho, e apenas um de cada área será escolhido. A etapa nacional será realizada em Brasília, em setembro. Entre todos os inscritos, oito trabalhos em âmbito nacional serão selecionados por uma comissão de especialistas. Os primeiros colocados passarão uma semana em uma empresa da área correspondente ao seu projeto. Já os que ficarem na segunda posição recebem um curso na área de inovação e empreendedorismo.
Além de prêmios, o professor do SENAI de Salvador destaca que, como o SENAI atua no desenvolvimento de projetos inovadores, os grupos que obtiverem destaque no Desafio terão a chance de desenvolver protótipos mais elaborados. Esses, por sua vez, tem a chance de chegar até a indústria indústria ou receber destaque através da criação de start-ups.
Pelo lado pedagógico, os projetos integradores têm o objetivo de desenvolver a capacidade do aluno não só para aprender com o conteúdo criado em sala, mas ter a visão de a partir de uma ideia e desenvolver um caminho, segundo Wendell. “Esses temas são desafios que toda a humanidade enfrenta. Não são questões regionais ou nacionais. Nós queremos ensinar aos alunos que eles têm capacidade para contribuir com soluções para os problemas evidenciados durante o desenvolvimento dos projetos”.