Em pouco mais de 3 anos, desde que começaram as pesquisas com concreto fotovoltaico, a evolução do material é notável. Rapidamente, deixou o campo das pesquisas e dos laboratórios para ganhar o mercado, e encontrou um nicho próspero para avançar: o segmento de telhas. Já há vários países comercializando coberturas de concreto fotovoltaico, inclusive o Brasil, que no final do ano passado teve o produto homologado pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Os fabricantes asseguram que, dependendo da quantidade das telhas utilizadas, a economia mensal gerada na conta de luz de uma residência pode variar de 50 reais a 390 reais. O retorno do investimento ocorre em um período de 3 anos a 5 anos. Dependendo das dimensões da residência, o número de telhas para a geração eficaz de energia vai de 100 a 600 unidades. Os demais elementos da cobertura não precisam necessariamente ter material fotovoltaico, ou seja, o restante do telhado pode ser completado com telhas comuns.
No Brasil, o primeiro modelo de telha que capta a energia solar está em teste e deve começar a ser comercializado ainda no 1º semestre de 2021. Fabricada pelo grupo Eternit, o produto recebe células fotovoltaicas importadas da China, e que são coladas ao concreto. Quatro residências, localizadas em Ourinhos-SP, Marília-SP, Cambé-PR e Petrópolis-RJ, estão testando a eficácia das telhas. Cada unidade produz 1,15 kWh/mês.
Com o uso de nanotecnologia, Suíça e México avançam na pesquisa do material
O mercado de telhas de concreto fotovoltaico busca competir com as telhas fotovoltaicas desenvolvidas pela TESLA, nos Estados Unidos, e que utilizam vidro temperado como matéria-prima. As telhas de vidro recebem filme fotovoltaico, como se fosse uma película de insulfilm aplicado sobre os vidros dos automóveis. Usando tecnologia semelhante, o Instituto Politécnico de Zurique (ETH Zurich) desenvolveu um tipo de membrana de concreto que reveste tanto lajes quanto fachadas de edifícios e casas, cumprindo 3 funções ao mesmo tempo: captação de energia solar, impermeabilização e isolamento térmico.
A invenção suíça utiliza propriedades já consagradas nas telhas de concreto, como as características termoacústicas. No Brasil, depois da revisão da parte 2 da ABNT NBR 13858 (Telhas de concreto – requisitos e métodos de ensaio), ocorrida em 2009, o produto passou a registrar uma expansão significativa no mercado. Para conquistar mais consumidores, as pesquisas que priorizam a evolução do produto não param. No México, está perto de ser testada a primeira telha de concreto fotovoltaico que dispensa películas. O produto usa nanotecnologia para captar a energia solar e armazená-la, o que estabelece uma nova fronteira na engenharia de materiais.
Veja como são as telhas de concreto fotovoltaico homologadas no Brasil
Entrevistado
Departamento de materiais do Instituto Politécnico de Zurique (ETH Zurich), Instituto Politécnico Nacional do México (IPN) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia)
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330
Artigo originalmente publicado em https://www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta