Para vivenciar as dificuldades encontradas por idosos e deficientes físicos ao transitar pelas calçadas de Paraíba do Sul, um grupo formado pela prefeita Dayse Onofre, secretários municipais e técnicos participou de um workshop realizado pelo Projeto Calçada Acessível. Utilizando bengalas, cadeiras de roda e com olhos vendados, eles percorreram ruas do município e sentiram na pele os desafios vividos diariamente por pessoas com problemas de locomoção e deficiência visual.

Desenvolvido pela Firjan e a Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), a iniciativa tem o objetivo de padronizar as calçadas e passeios públicos e torná-los acessíveis a todos, principalmente, para idosos e pessoas com deficiência, visando a inclusão e a qualidade de vida do cidadão. As ações do programa incluem capacitação de técnicos e treinamento de profissionais, assistência técnica nos projetos urbanos, levantamento de informações sobre projetos e obras, e orientação para a elaboração do manual técnico.

“Como prefeita entendo que temos que trocar de lugar com o próximo para enxergar que acessibilidade é questão de respeito e dignidade com uma classe de pessoas que tanto sofre com a negligência do poder público. Demos início hoje a transformação desta triste realidade em Paraíba do Sul”.  Dayse Onofre, prefeita de Paraíba do Sul.

Segundo Luiz Gustavo Guimarães, especialista de Desenvolvimento Setorial da Firjan, a proposta é que todos conheçam as dificuldades de transitar em calçadas danificadas e propor melhorias para a acessibilidade. “A vivência dessas barreiras é momento mais sensível e fundamental de todo o projeto. As pessoas percebem a dificuldade e se colocam no lugar do outro, do que não tem mobilidade ou do que não enxerga. Por isso, no fim, o documento elaborado a muitas mãos representa um grande instrumento de inclusão social”, explicou.

O manual abordará normas e regras para a construção de calçadas e determinará sobre a textura dos pisos, largura máxima e mínima do passeio, inclinação e local adequado para instalação de rampas de acesso, faixas de pedestres, uso de pisos táteis, canteiros, entre outros. A partir de sua publicação, o manual servirá ainda para orientar obras públicas e particulares exigindo que os projetos sigam as regras de acessibilidade defendidas pela Lei Brasileira de Inclusão (13.146/2015) e a NBR 9050.

Guimarães ressalta ainda que a acessibilidade não é mais opcional e sim obrigatória, um direito de todos. “Cada município tem suas características e peculiaridades, por isso, o manual é um trabalho individual que traz as regras de acessibilidade e interpõe sobre as questões locais. Com isso queremos proporcionar um modelo mais democrático no município, gerando mais oportunidade para todos”, explica.

Esse Programa que foi uma iniciativa da ABCP e que surgiu em 2010, tem como principal parceiro a FIRJAN – Federação das Industrias do Estado do Rio de Janeiro, já promoveu a discussão do tema em mais de 30 municípios do Estado. O conhecimento abarcado no programa tem transformado o olhar dos técnicos, arquitetos, engenheiros e gestores público quanto a forma de projetar, e as prioridades no ambiente público. O cidadão ganhou mais evidencia nas discussões das políticas públicas para as cidades. Oito municípios já elaboraram seus manuais de calçadas e criaram leis e decretos sobre o tema, com objetivo de padronizar as calçadas e assegurar o direito de ir e vir dos cidadães. O programa não pára! No momento temos 22 municípios participando do programa, e interesse de novas adesões. Eduardo dÁvila, gerente da ABCP RJ/ES.

 

Publicado em: www.firjan.com.br

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