A iniciativa “A Hora do Planeta” traz um recado importante: é preciso agir agora para evitar as consequências mais drásticas das mudanças climáticas, além de garantir um futuro saudável e neutro em carbono.
No âmbito deste projeto, o WWF criou o Desafio das Cidades com a intenção de premiar as cidades com mais ações e metas concretas de combate ao aquecimento global. Pelo terceiro ano consecutivo a competição chega ao Brasil, que anuncia seus três finalistas: Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro.
Assim como Betim, Campinas, Fortaleza, Porto Alegre, São Paulo e Sorocaba (as outras concorrentes do biênio 2015/2016), as capitais de Minas, Pernambuco e Rio reportaram suas ações na Plataforma de Registro Climático Carbonn, gerido pelo ICLEI (parceiro do WWF no Desafio) ao lado do C40 (grupo de Grandes Cidades para a Liderança Climática) e CGLU. A partir dessa relatoria, um júri internacional analisou os esforços de cada cidade e, após auditoria terceirizada da Accenture, as finalistas de cada país foram conhecidas.
Agora, há três eleições a caminho: na primeira, uma cidade de cada país será nomeada pelo mesmo júri a Capital Nacional da Hora do Planeta; na segunda, estas concorrem ao título de Capital Global da Hora do Planeta, o maior símbolo rumo a uma economia de baixo carbono em 2015/2016; na terceira, a população é convidada a votar em sua cidade preferida e a solicitar mudanças na plataforma online Nós Amamos as Cidades (We Love Cities, na sigla em inglês).
De acordo com o júri, Belo Horizonte, que luta pelo tricampeonato no Desafio, “tem forte foco em inovação e envolvimento público nos seus esforços de baixo carbono”. Recife, pela primeira vez entre os três primeiros, por sua vez, “está orientado a estabelecer práticas de desenvolvimento sustentável e a tomar ações para reduzir o nível de emissões da sua comunidade”. Já o Rio, em ano de Olimpíadas, permanece com sua “forte liderança climática”, que o ajudou “desenvolver um approach concreto e estratégico rumo à sustentabilidade”.
“As cidades são espaços perfeitos para o desenvolvimento de uma economia de baixo carbono; porque são muito dinâmicas e responsivas, as boas (e as más) políticas públicas apresentam resultados muito rapidamente. Nesse sentido, o Desafio das Cidades tem trazido importantes aprendizados para municípios do mundo todo. Agora, é hora de ver como a competição saudável entre os participantes pode, além de demonstrar a viabilidade de desenvolvimento econômico social e ambientalmente responsável, mudar a vida dos cidadãos”, disse o Secretário-geral do WWF-Brasil, Carlos Nomoto.
O momento é propício para que as cidades se consolidem como exemplo nos esforços de redução de emissões, adaptação e mitigação às mudanças climáticas. Isso porque, em dezembro de 2015, o Acordo de Paris, aprovado em plenária por unanimidade durante a COP21, reconheceu a importância dos governos locais como atores essenciais para implementação de ações transformadoras no ambiente urbano.
“Nosso foco agora deve se voltar para agenda de implementação. As cidades finalistas desta edição do Desafio trazem importante inspiração e demonstram que é possível e integrar a visão de baixo carbono aos processos de desenvolvimento, melhorando com isso a qualidade de vida dos cidadãos e atraindo investimentos” disse Pedro Roberto Jacobi, Presidente do Secretariado para América do Sul do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade.
Conheça, abaixo, as principais medidas de cada cidade finalista no Desafio, em ordem alfabética:
Belo Horizonte
Capital de Minas Gerais, Belo Horizonte venceu as duas últimas edições do Desafio das Cidades, e chega a mais um final em 2015/2016. Líder em energias renováveis no país, considerada a capital solar, BH tem iniciativas como um telhado solar no Mineirão, principal estádio de futebol da cidade e sede da Copa do Mundo FIFA 2014, e lei que determina o uso de placas para captação de energia do sol em novas construções. No que diz respeito ao manejo dos resíduos sólidos, a prefeitura tem demonstrado bons avanços em compostagem e geração de eletricidade, além de reciclagem junto à comunidade.
“Quando ganhamos a etapa nacional da 1ª Edição do Desafio das Cidades da Hora do Planeta, em 2014, o júri internacional que nos avaliou considerou haver um sincero comprometimento de Belo Horizonte para a criação de Cidades Sustentáveis. Estar, novamente, entre os finalistas neste ano, após a celebração do histórico Acordo de Paris, é um forte sinal de que estamos no bom caminho. Esse é um motivo de celebração e alegria. Mas sabemos que há ainda muito a fazer. Por isso, reafirmo aqui nosso compromisso em seguir adiante para que Belo Horizonte seja uma cidade de Baixo Carbono”, afirmou o prefeito Marcio Lacerda.
Recife
Pela primeira vez entre os finalistas do Desafio das Cidades, e a primeira cidade fora do sudeste a atingir tal mérito, Recife caminha a passos largos para desenvolver práticas sustentáveis em escala e mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Para isso, está desenvolvendo um sistema de Bus Rapid Transit (BRT) para reduzir o tempo de viagem da população em até três horas, o que melhora a qualidade de vida e diminui as emissões de carbono. Um plano de mobilidade, que une bicicletas, caronas e transportes aquáticos também está em estudo, assim como guias específicos para o manejo de resíduos sólidos.
“Assumimos o compromisso de enfrentar as questões climáticas e direcionar o Recife para ser uma cidade sustentável. Agora, o Recife conta com um conjunto de leis sobre as mudanças climáticas; inventários e um plano de ação com metas para reduzir a emissões de gases de efeito estufa, além de projetos inovadores, como o Parque Capibaribe que une mobilidade e ambiente natural. A indicação como finalista do Desafio das Cidades é o reconhecimento de todo esse trabalho realizado e uma oportunidade de compartilharmos experiências e unirmos esforços junto a outras cidades para mudar o cenário do aquecimento global. Afinal, os centros urbanos têm um papel fundamental neste debate”, disse o prefeito Geraldo Julio.
Rio de Janeiro
Em ano de Olimpíadas, com todos os olhos do mundo voltados em sua direção, a capital Fluminense mantém a forte liderança quando o assunto é sustentabilidade e ações para alcançar um desenvolvimento de baixo carbono. Atualmente, está em fase de ampliação do metrô, de seu sistema de Bus Rapid Transit (BRT) e criação de novas ciclovias, como a já inaugurada Tim Maia, que liga o Leblon a São Conrado pela Avenida Niemeyer.
A prefeitura enviou uma série de medidas adotadas, como o Projeto Escolas Sustentáveis na rede pública de educação da cidade, “utilizando energias renováveis, equipamentos sustentáveis e um sistema de conscientização e treinamento com alunos, professores e a comunidade sobre a importância das mudanças climáticas e da sustentabilidade”. Esse projeto foi apresentado durante a COP de Paris. O Rio de Janeiro também criou o CB27 durante a Rio+20, e hoje é sua sede. O objetivo do grupo é disseminar conceitos e práticas sustentáveis associadas à redução das emissões de GEE.
Do WWF Brasil