Campus da UFSCar em Araras, São Paulo, inova instalando placas fotovoltaicas que suprem a energia consumida anualmente no prédio do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar (PMGCA), no Centro de Ciências Agrárias (CCA).

O prédio conta desde junho de 2015 com um parque de energia fotovoltaica, formado por quatro módulos, sendo que cada um tem 20 painéis de captação de energia solar de 1000 x 1650 mm. No total são 80 placas que têm potência de gerar 20 Kw de energia elétrica limpa, quantidade suficiente para suprir, na média anual, o consumo do prédio do PMGCA. A estimativa de produção de energia anual é de 28 mil kWh.

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O sistema funciona na forma de geração distribuída, assim a energia gerada pelo complexo fotovoltaico é injetada na rede elétrica, diminuindo o uso da energia produzida pelas Companhias Elétricas. Caso a energia produzida no campus seja maior que a consumida, esse adicional é creditado na conta de luz. Assim, em fases de baixa produção fotovoltaica, como em períodos noturnos e dias nublados, esses créditos são recuperados.

No mês de outubro, por exemplo, a geração aferida foi de 2,9 MWh, o que corresponde ao consumo médio brasileiro de apenas 36 pessoas durante um mês. Nesse ritmo, espera-se que o sistema, que foi financiado pelo PMGCA, se pague no prazo de aproximadamente sete anos, sendo que a vida útil dos painéis é de mais de duas décadas.

Segundo João Teles, docente do Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME) da UFSCar e grande entusiasta do projeto, existem múltiplas vantagens nessa iniciativa. “A ideia da construção desse parque de energia solar agradou a todos por seu aspecto inovador e ao mesmo tempo atual, tendo também um viés educativo. A vantagem de cunho mais prático é a economia de recursos. Mas existe também o aspecto educativo em que a comunidade interna e externa ao campus tem a possibilidade de ver de perto uma instalação de médio porte funcionando em tempo real”, explica o professor.

O parque também é considerado inovador, pois pela primeira vez no Brasil, uma estrutura pultrudada, que é constituída de plástico reforçado com fibras de vidro, foi utilizada na construção de um centro fotovoltaico. Essas estruturas são previamente montadas ou cortadas e perfuradas, facilitando sua instalação e permitindo uma obra limpa, ou seja, sem resíduos e desperdício de material. A leveza do material também facilita o transporte e sua montagem.

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A estrutura ainda exige pouca manutenção, tem alto desempenho mecânico e químico, e é imune à corrosão, característica de extrema importância já que o ela fica exposta ao mau tempo. A resistência a raios ultravioletas também garante longa durabilidade. Além disso, o material pultrudado é cada vez mais especificado para a área elétrica por ser isolante elétrico. Essa outra característica protege o parque fotovoltaico contra raios e confere maior segurança aos trabalhadores do setor e pessoas que circulam nas proximidades de sua instalação.

A proatividade e pioneirismo do CCA nessa área ficam ainda mais em evidência quando, segundo divulgação realizada pelo Ministério de Minas e Energia, em parceria com o Ministério da Educação, em breve pretende-se lançar um programa de geração solar distribuídas nas Universidades Federais.

Está em estudo a construção de coberturas com painéis de geração de energia pela luz do sol nos estacionamentos das Universidades, o que reduzirá o consumo da rede e poderá até torna-las autossuficientes em eletricidade, ou mesmo fornecedoras de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).

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A ação se insere em diversas medidas de eficiência energética que estão sendo planejadas pelo Ministério de Minas e Energia. Devem participar do programa também o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Ministério de Ciência e Tecnologia.

A utilização da energia solar é uma alternativa que consiste numa fonte energética renovável e limpa, que não agride o meio ambiente e não emite poluente. Esta aposta também está crescendo no Brasil para o consumidor final, graças ao PL do Sol que é um projeto de lei que prevê isenções de tributos, tornando seu acesso 20% mais barato.

do SustentarquiBrasil Engenharia

Imagens: Carolina Carettin/CCS-UFSCar