Com o objetivo de diminuir a falta de moradia global, a Urban 3D oferece habitação sustentável e de baixo custo
Anielle sempre esteve ligada aos movimentos de urbanismo cidadão. Antes de abrir a Urban 3D, a jovem estudava economia na USP e tinha outra startup, que trabalhava com tecnologia da informação para transportes públicos. A ideia da Urban 3D surgiu durante um programa de pós feito na Califórnia, em que Anielle criou projetos usando tecnologias exponenciais para impactar positivamente a vida de milhões de pessoas. “O grande objetivo é ter uma tecnologia escalável que consiga atender a demanda global por habitação e infraestrutura, construindo mais rápido, mais barato e de forma mais sustentável”, explica ela.
A meta da startup é desenvolver tecnologia de automatização para a construção civil, que compreende diversas tecnologias, como a impressão 3D, materiais e outros softwares. A proposta é que, em poucas semanas, os prédios fiquem prontos e com custo menor do que o cobrado pela construção civil atual.
Na prática, a Urban 3D constrói moradias de baixo custo utilizando tecnologia moderna, aliada a impressão 3D, para criar módulos pré-formatados digitalmente. As máquinas de impressão produzem, a partir do concreto desenvolvido para isso, vigas e paredes. “Estamos trabalhando agora com nossos primeiros clientes, empresas de construção civil e pré-fabricação que queiram verticalizar e automatizar seus processos se tornando mais eficientes e competitivas”, conta a jovem.
A ideia da startup é tão revolucionaria que rendeu a Anielle a participação na reunião do G20. “Fui convidada a falar em uma reunião do G20 porque minha tecnologia foi considerada a que tem maior probabilidade de impactar mercados do G20 nos próximos 10 anos”, comemora.
Além de compartilhar sua experiência pessoal com líderes de todo o mundo, Anielle falou sobre o impacto das tecnologias sustentáveis não apenas para solucionar problemas comuns a todos, mas também para fomentar o desenvolvimento social e econômico. “Foi uma das experiências mais surreais da minha vida e que, até hoje, fico me perguntando como aconteceu”, exalta.
Apesar do reconhecimento, Anielle ainda tem dificuldades em levantar recursos e atrair investidores no setor da construção civil. “O mais importante é ter resiliência e trabalhar para fazer cada não virar sim”, comenta a fundadora da Urban 3D.
Para o futuro, a jovem pretende colocar a startup em um cenário global, auxiliando o setor da construção urbana sustentável. “Vejo que, em alguns anos, irei me envolver bastante com a área de energia, desenvolvimento econômico e com questões de gênero ligadas à tecnologia e educação”, conclui.