Os deslocamentos para o trabalho são responsáveis por aproximadamente metade de todas as viagens realizadas diariamente no Brasil. Majoritariamente nos horários de pico, somados à baixa qualidade do transporte coletivo e ao crescimento disperso das cidades, esses deslocamentos geram prejuízos para governos e empresas, além de custos pessoais de tempo e dinheiro. Em decorrência de um modelo de desenvolvimento centrado nos carros, os centros urbanos estão cada vez mais saturados por congestionamentos, imobilidade e poluição atmosférica. Nessa conjuntura, ao gerar o deslocamento diário de milhares de funcionários, as empresas têm o poder de melhorar muito a mobilidade e, em consequência, as cidades.
É o que mostra o Passo a Passo para a Construção de um Plano de Mobilidade Corporativa, nova publicação do WRI Brasil Cidades Sustentáveis, lançada na última quinta-feira (24), durante o “Seminário de Mobilidade Corporativa: o papel das empresas na melhoria das cidades”. Ao trazer orientações e diretrizes para a produção de um plano de mobilidade corporativa, a publicação tem o objetivo de estimular uma ação coordenada e conjunta entre gestores e funcionários, a fim de melhorar a mobilidade nas cidades.
O manual apresenta a metodologia desenvolvida pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis para a elaboração de planos de mobilidade corporativa e a difusão do conceito de Gestão de Demanda de Viagens (GDV) entre as empresas. Guillermo Petzhold, Engenheiro de Transportes do WRI Cidades Sustentáveis, fez a apresentação do Manual e destacou um dos resultados da pesquisa que o precedeu: “Em São Paulo, 80% das pessoas afirmam que deixariam o carro em casa se tivessem alternativas melhores. As medidas de mobilidade corporativa buscam justamente criar essas alternativas. Oferecer vantagens para quem opta pelos modais sustentáveis é essencial para convencer as pessoas a mudarem seus hábitos de deslocamento”.
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Passo a passo para a construção de um plano de mobilidade corporativa
Bicicletários e vestiários para quem opta pela bicicleta, vagas especiais para quem oferece carona, bonificações para quem utiliza o transporte coletivo ou até ônibus fretados para os funcionários são alguns exemplos de ações que podem despertar a mudança de comportamento e contribuir para reduzir o uso do automóvel como principal meio de transporte. Para serem eficazes, os planos de mobilidade corporativa devem incorporar as medidas de GDV e seguir sete etapas de desenvolvimento:
- Preparação
- Definição do escopo
- Comunicação
- Diagnóstico
- Elaboração
- Implementação e promoção
- Melhoramento e revisão
Além de benefícios diretos para os funcionários, na medida em que ajudam a reduzir o tempo gasto nos deslocamentos, a melhorar a qualidade de vida e a economizar tempo e dinheiro, as estratégias de mobilidade corporativa também trazem efeitos positivos para as cidades, que são beneficiadas pela redução dos congestionamentos e dos índices de emissões e pela melhora da mobilidade local.